Seu Geraldo
voltava para casa depois de um dia de trabalho. Ao chegar à esquina, um carro o
fechou. Geraldo colocou o pé no freio, o outro continuou e estacionou na porta
da casa do vizinho. Ele sabia que o carro não era do vizinho, e para mostrar
seu desgosto pelo fato, estacionou na frente do outro carro, desceu e
aproximou-se dele. Não conseguiu ver o motorista pelo vidro escuro, mas assim
mesmo gritou: “Palhaço, fechar-me numa rua tranquila como esta, você só pode
ser um palhaço. Palhaço mesmo”!
Abriu-se
a porta do carro e saíram dois homens
com sapatos enormes, roupas coloridas, narizes redondas de plástico,
rostos pintados de branco e perucas azuis. Um deles disse: “Desculpe-me eu sei que errei, estava nervoso
com o horário, mas não precisa me ofender. Ser palhaço é meu ganha-pão e é um
trabalho honesto”.
Só
nesse momento, Geraldo reparou que havia festa na casa do vizinho. O menino
saiu à porta e gritou contente: “Mamãe, chegaram os palhaços, chegaram”!
Geraldo,
acanhado, disse: “Bom trabalho, senhores”.
Isabel Furini é escritora e poeta premiada.
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