Existem vaidosos em todas as áreas.
E como são chatos, não é verdade? Só falam de si mesmo e elogiam a própria obra
sem aceitar crítica nenhuma. Esse é o
caso de Vânia, que participou de uma oficina de literatura, leu dois ou três
livros sobre a Arte de Escrever e lá está ela sentindo-se uma estrela!
O orientador da turma criticou-a.
Uma aluna que participa da oficina e
gosta de discordar para mostrar que existe, lançou a frase fatal: “Ela
tem o estilo de Prous". Vaninha parecia flutuar. Era isso!.. orgulhosa, dizia que era de linha proustiana”. Interessante a afirmação, porque Vaninha
nunca lera os livros de Proust.
O tempo foi passando e a vaidade de
Vaninha aumentou. “Eu utilizo o monólogo interior, a narração labiríntica,
vejam o foco narrativo da segunda pessoa...
Um dia, um editor visitou a Oficina. Todos tiveram a oportunidade de ler
um conto. O editor elogiou o esforço dos alunos e escolheu os contos de Talita
para publicação.
Vaninha sentiu-se ofendida. Eu
escrevo igualzinho a Proust - esbravejou. O editor, é preciso dizer que havia
lido a obra completa de Proust,
sarcástico, retrucou:
- Moça, seus contos se parecem com
os de Proust como uma azeitona se assemelha com uma melancia!
Vaninha abandonou a oficina. Mas
ainda escreve e segundo suas própria palavras: “até Proust foi rejeitado pelos
editores de sua época... um gênio nunca é compreendido...”
Crônica de Isabel Furini - Contato: livrocoruja@yahoo.com.br
Crônica de Isabel Furini - Contato: livrocoruja@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário